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Laboratório gráfico queer — encontro 2

Screen Shot 2016-06-05 at 7.19.03 PMO segundo encontro se inicia com a retomada da questão da tradução do termo queer e o problema das línguas latinas referente ao gênero.

Abordar queer para além da questão de gênero e sexualidade é trazer de volta suas raízes etimológicas/históricas? Tudo o que não se encontra em definitivo, categorizado, catalogado, é queer? O artista-ornitorrinco. O ciborgue, awkward, unheimlich (o estranho familiar, inquietante, ameaçador). Mais interessante talvez do que a tradução do termo seria fazer uma lista de palavras análogas para dar conta de queer enquanto conceito que queremos abordar no Laboratório e no projeto Cidade Queer.

“Podemos reunir todas aquelas propriedades de pessoas, coisas, impressões sensórias, experiências e situações que despertam em nós o sentimento de estranheza, e inferir, então, a natureza desconhecida do estranho a partir de tudo o que esses exemplos têm em comum”

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palavras análogas

estranho, divergente, disruptor, imigrante, diferente, invertido, esquisito, perturbador, irreconhecível, menor, cuír, ativista, libertino, marginal, apartado, inoportuno, torto, desavergonhado, alheio, meliante, degenerado, inquietante, impertinente, anormal, esquivo, excêntrico, ermo, singular, assaltante, desviante, imigrante, diferente, invertido, esquisito, irreconhecível, anômalo, anormal, atípico, bizarro, defeituoso, deformado, desviado, duvidoso, errado, esdrúxulo, estapafúrdio, estrangeiro, estropiado, excêntrico, excepcional, exótico, extraordinário, extravagante, grosseiro, imperfeito, inabitual, incomum, indecente, infrequente, intruso, irregular, mal-acabado, oblíquo, refugiado, sem-vergonha, tosco, traiçoeiro, transviado, vagabundo

 

A língua produz um mundo. A linguagem, a língua falada, se transforma o tempo todo para dar conta das transformações sociais, bem como tais transformações afetam nossa língua. Pajubá foi um exemplo levantado, durante o encontro, de linguagem que foi se transformando e se imbricando em diferentes meios sociais, uma língua de resistência que atravessou algumas fronteiras que agora “está na novela”.

A linguagem escrita por sua vez é dura e estática, não dá conta da transitoriedade, de não definições. Ao tentarmos a solução do uso do X no lugar do artigo onde existe a flexão de gênero das línguas latinas acabamos imponto uma não fala, uma espécie de bloqueio vocal. A consoante não permite fala e o que transforma a linguagem é a fala em exercício. E se substituirmos por uma outra vogal?