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Janta #3 – O feminismo

O encontro “Janta – Comida , Política ” desta edição teve como tema o feminismo. O jantar aconteceu no Casarão do Belvedere, na Bela Vista, e teve como anfitrião o ator Paulo Goya. Discussões e trocas de experiência sobre a temática se deram de forma tranquila ao redor da mesa.

Em diversos momentos do ciclo, surgiu o questionamento sobre onde estaria a discussão feminista em nossas atividades. Na edição #2 da Janta, usamos como referência um artigo de Hija de Perra em que ela cita o artigo de um autor publicado no livro “Por un feminismo sin mujeres”, organizado pela Coordinadora Universitaria por la Disidencia Sexual (CUDS). No texto de introdução deste livro, Jorge Díaz Fuentes diz: “Existe una apuesta política que como disidentes sexuales hacemos con el feminismo, con sus imbricadas formas, con un feminismo polisémico, amplio, un feminismo quimérico, donde encontrar nuestros espacios, siempre locales, abiertos a nuevas prácticas y manifestaciones de lo político de nuestros cuerpos, de nuestras interrupciones, que –como este circuito– nos posibilitó en rebeldía y compromiso.”

Ainda pesquisando sobre a ideia, apareceu nos resultados um artigo sobre a situação política brasileira chamado “Por um feminismo que vá além das mulheres”, escrito por Carla Rodrigues para um seminário sobre feminismo no Centro de Pesquisa e Formação do SESC. Nele, ela diz: “Para pensar sobre [qual seria o fato histórico com o qual as feministas do futuro irão identificar isso que estamos tentando fazer hoje], gostaria de retomar um dos debates propostos pela filósofa Judith Butler, que há 25 anos questionou a possibilidade de não mais fazer das mulheres o motor da política feminista. Se a partir dali parecia que ela anunciara o fim do feminismo, de fato suas provocações estavam apontando um paradoxo importante: de nada adiantava primeiro exigir das mulheres uma configuração estabilizada em uma identidade para depois pretender libertá-las. Era preciso, argumentava Butler, interrogar as próprias exigências de identidade. Tratava-se de poder pensar um feminismo que não seja feito em função de representar o “sujeito mulher”, o que exige uma identidade prévia do referente mulher a ser representado e, contraditoriamente, obriga a um fechamento no lugar onde se quer reivindicar abertura.” (tem um contexto maior, que você pode acessar aqui http://goo.gl/yd7xiM)

Tudo isso para demonstrar um nó que surgiu nas pesquisas que, muitas vezes, não conseguimos resolver sem colocar a questão mais genérica na roda. Como abordar o feminismo em nossas atividades? Que tipo de luta feminista nos propomos? Quais aspectos são importantes e que não podemos esquecer?

Não queremos uma resposta certa às perguntas, mas fazer com que ideias possam surgir enquanto nos conhecemos e nos desfrutamos como conjunto em volta a uma mesa de jantar.

E para ainda colocar em questão também quem deve comandar a cozinha (cozinhar para dentro X cozinhar para fora), convidamos a Comida de Papel, comandada pela querida cozinheira Pipa, para tocar o incrível menu:

Gaspacho de pepino e abacate
Ovos recheados
pão sírio integral

Salada de lentilha, beringela, cebola roxa e tomate seco
Salada de Beterrabas assadas com mexerica coentro e hortelã e molho de chá preto
Bolo de arroz com taioba, abóbora, semente de girassol e parmesão. com molho de iogurte

Sagú de erva cidreira com mel
Chá gelado de hibisco e casca de laranja.